IGREJADOS, DESIGREJADOS E O QUE REALMENTE IMPORTA


Compartilho com os leitores deste blog uma edificante troca de comentários a respeito da questão dos “desigrejados”. Particularmente, considero o termo “desigrejado” um tanto inadequado. No entanto, reconheço que é desta forma que são chamados aqueles que, apesar de terem deixado sua denominação cristã, não se consideram desviados de Cristo.

A troca de comentários está originalmente publicada no excelente blog do Maurício Zágari e começou por causa de uma frase escrita na conclusão de uma de suas postagens. Discordei de sua posição e achei necessário expor minha opinião no espaço destinado aos comentários.

Segue-se o que escrevi, o que ele respondeu, minha réplica e sua tréplica. O texto é longo, mas considero que vale a pena ser lido.

Alan Capriles disse:
29/09/2011 às 22:21

Prezado Maurício,
Como o irmão sabe, tenho um blog. O que talvez não saiba é que meu blog é seguido por muitos “desigrejados”, aos quais procuro aconselhar com carinho. Coloquei a palavra entre aspas porque prefiro classificar a maioria deles como “adenominacionais” – uma vez que continuam submissos a Cristo, o cabeça do corpo e permanecem congregando com outros irmãos, ainda que fora de uma denominação. Ou seja, nem todos deixaram de fazer parte da igreja. O conceito do que é igreja é que não podemos perder de vista.

Comento isso porque sei que muitos daqueles que o amado chamou de “desigrejados” não cabem dentro desta sua conclusão, que transcrevo a seguir:

“Por isso os desigrejados me entristecem, porque não tiveram a capacidade de compreender a realidade da congregação dos santos, acharam que o zoológico fedorento seria um parque cheio de animaizinhos saltitantes e felizes. Então no primeiro coice que a zebra leva do camelo ela já quer pular fora.”

Não posso concordar com a sentença acima, por uma simples constatação: ela não expressa a realidade. “Desigrejados” em sua maioria, não são pessoas que “não tiveram a capacidade de compreender a realidade da congregação dos santos”, mas, pelo contrário, geralmente são pessoas que compreenderam o evangelho melhor do que aqueles que estão transformando a igreja num circo e fazendo dos crentes um comércio. São os que acordaram para o fato de que algo não está bem e chegou num ponto insuportável.

Nosso querido bispo Walter McAlister me parece ser um dos que acordou para esta realidade e também tem feito reformas em sua denominação.

Pela misericórdia de Deus, o mesmo ocorreu comigo e também tenho feito reformas na igreja que pastoreio, buscando retirar conceitos errôneos que se instalaram no corpo de Cristo e que precisam ser confrontados com a verdade do evangelho. Isso não é querer uma igreja perfeita, mas somente reconhecer que nossas imperfeições não são desculpa para continuarmos com práticas que idolatram o homem, como pregações voltadas para o que as pessoas querem ouvir e não o que precisam ouvir.

Outro servo de Deus que despertou para esse fato, e que vê os desigrejados como uma consequência de uma igreja infiel, é o reverendo Hernandes Dias Lopes, que tem dezenas de pregações denunciando erros que não podem ser tolerados. Eu poderia citar muitos outros ministros que estão denunciando o mesmo grave problema, como Paul Washer, por exemplo, cujo vídeo foi postado aqui recentemente. A questão é: basta apenas ver o vídeo, ficar chocado e até chorar? Não. É preciso ter a coragem de fazer as mudanças que precisam ser feitas.

O problema é que raramente são pastores que despertam. Quando são os membros de igrejas-circo que despertam para a verdade, fica impossível continuar congregando ali. Repito: impossível. Eles percebem que altar não deve ser palco, que culto não deveria ser show, que pastor não é animador de auditório, que pregação não deveria ser palestra de motivação (entre outras coisas) – e participar de uma reunião onde é só isso que acontece é uma “tortura”. Eu, por exemplo, não consigo mais. Graças a Deus que o Senhor me despertou como pastor, pois, do contrário, eu seria mais um desigrejado. Por uma simples razão: onde moro, todas as igrejas viraram circo, tal qual o modelo que acabei de mencionar. Só pregam o que as pessoas querem ouvir, alisando seus egos, convidam as pessoas a virem a Jesus por interesse de receber bênção, o culto mais parece um show e os membros competem entre si por cargos e lideranças, como se Jesus não tivesse nos proibido claramente de todas essas práticas.

Sendo assim, o que o amado sugere com eles façam? Na maioria das vezes não adianta conversar com o pastor, pois geralmente esse pastor é um impostor, que não está nem aí para o que Jesus ensinou – o que lhe interessa é como fazer com que o próximo culto esteja mais cheio, custe o que custar. Os desigrejados deveriam voltar para as igrejas-circo, ou fazer o quê, na sua opinião? Muitas deles afirmam que oraram, pedindo direção a Deus e a resposta do Senhor foi: “saia desse meio, pois Eu não estou no meio disso.”

Lamentavelmente, são poucas as igrejas que buscam viver na verdade. Não é fácil encontrá-las. Dessa forma, pessoas que querem buscar a Cristo com sinceridade acabam sem ter uma denominação para congregar. Tratar esses irmãos com rispidez não irá trazê-los de volta. Voltarmos ao evangelho é que os trará novamente para perto de nós.

Desculpe se meu comentário foi um desabafo. Não é nada pessoal. Pelo contrário, gosto muito de ler seu blog, só não podia deixar de mencionar aquela frase desse artigo, pois a considero injusta com os desigrejados. Pelo menos, com os que conheço, aos quais amo no Senhor.

Um forte abraço,
no amor do Cristo Jesus.


Mauricio Zágari disse:
30/09/2011 às 10:05
 Amado,
entendi suas intenções ao me escrever, as melhores possíveis.
 Há, porém, algumas considerações. Conheço bem tb a realidade dos desigrejados. Já fiz inclusive uma reportagem sobre eles para a revista Cristianismo Hoje, que pelo Google o irmão encontra fácil na web. Não concordo com o termo “adenominacional”, pq em sua grande maioria detestam a “instituição” igreja. Nem usam esse termo. Falam “comunidades”. São contra liturgias. Contra hierarquias. Contra o dizimo bíblico. E por aí vai. Eu não acredito quando alguém diz que “Deus mandou fulano sair da igreja” mas posso acreditar que Deus os tenha mandado mudar de igreja. Temo muito por esses irmãos que se reúnem em quintais e salas de estar pois, embora estejam ligados à Videira pela fé, em grande parte são liderados por pessoas sem conhecimento bíblico embora haja boas intenções. E como diz a Palavra, “pode um cego guiar outro cego”?
 Não acredito nessa forma de comunhão. Creio em lideranças bem preparadas (se o irmão for ler todos os comentários deixados aqui no blog a respeito do post sobre “O Cristão pode ouvir música do mundo?” por exemplo, terá uma amostragem de pessoas que argumentam com conhecimento e outras que falam os maiores absurdos. Imagine se cada um liderasse um desses grupos, como seria o discipulado do rebanho?Em muitos casos um desastre. Esse é meu medo, pois esses grupos caseiros acabam virando mini-instituições, muitas lideradas por gente que nunca leu a Bíblia inteira, tem uma devocionalidade distorcida e que têm como modelos lideres tenebrosos).
 Sei das igrejas que saíram dos trilhos. Mas não concordo que os que as deixaram vivam esse modelo perigoso. O caminho é buscar outra igreja. Isso dá trabalho? Claro. Mas é o que deve ser feito, pois há os 7 mil que não dobraram seus joelhos a Baal. Há igrejas serias. Há pastores que temem a Deus. Há seiva na igreja institucional. Então em vez de ficar e ajudar a consertar os problemas seremos egoístas e pularemos fora, visando aos nossos próprios interesses? Não vejo isso como Bíblico. Creio em ficar e ajudar a melhorar para que os que ali permanecem sejam edificados. Senão quem cuidará deles?
 Eu trabalho com Bp. Walter, sou o editor de “O fim de uma era” e como tal participo dentro do que está sendo feito (dentro do que me cabe). Tenho o mesmo espírito e quero ver a Igreja saudável.
 Vejo o problema dos desigrejados não como um caminho alternativo, mas como o sintoma de uma doença. E temos de combatê-la. Tratar dos feridos. Mas não deixá-los morando no hospital após o fim do tratamento nem em uma praça: nos os mandamos de volta para casa. Para que eles, por sua vez, cuidem de outros feridos.
 Enfim, é uma discussão longa e complexa. Mas eu creio sim que o desigrejar-se é um equívoco. A igreja onde se está é mal liderada e ensina doutrinas espúrias? Mude-se de igreja. Mas ficar fundando mini-igrejas de fundo de quintal, onde sabe-se Deus como é o ensino e o discipulado, é risco de morte. Se um neopentecostal descobre que sua igreja está desencaminhada o que sugiro nunca é “ah, saia e funde um grupo alternativo”, mas “procure uma igreja histórica, com alicerces de séculos, onde as pessoas no mínimo estudaram a Bíblia”. Creio que esse é o caminho.
 É o que penso. Leia se desejar os posts que escrevi sobre o assunto aqui no APENAS e verá o que penso. “Jesus X Igreja: tornei-me cristão quando saí da igreja”, “Jesus nunca construiu templos”, “Hippies, porcos e a Igreja institucional”. Todos tratam do assunto, que considero grave. Os desigrejados apenas saem de um erro e caem em outro. Pois o problema não são as instituições – é o pecado no coração do homem. Que estará nos templos ou nos quintais e nos seguirá aonde formos.
 A solução não está na debandada, mas na reestruturação. O irmão disse algo importantíssimo:”onde moro, todas as igrejas viraram circo” mas ao mesmo tempo disse “Pela misericórdia de Deus, o mesmo ocorreu comigo e também tenho feito reformas na igreja que pastoreio, buscando retirar conceitos errôneos que se instalaram no corpo de Cristo e que precisam ser confrontados com a verdade do evangelho”. Ou seja: se na igreja que o irmão lidera vive-se um cristianismo reformado, eu diria a qualquer desigrejado da sua região: “não abandone as igrejas e vá viver em pequenas comunidades, mas saia do circo e procure a igreja do Pr. Alan, que tem pregado um Evangelho verdadeiro”. Percebe?
 Novamente: entendo seu espirito e sua preocupação. Compartilho dela. Mas creio que nosso papel é instruir os tais que abandonaram a instituição a quE voltem e não que fiquem por aí, sob a instrução sabe-se lá de quem. Meu medo é por suas almas.
 Te abraço, no amor do Senhor e com carinho fraterno.

Alan Capriles disse:
30/09/2011 às 11:53

Querido irmão em Cristo
Agradeço pela publicação de meu comentário e por sua atenção ao respondê-lo.

Talvez eu não tenha sido bem claro na questão que defendi, por isso acho necessário enfatizá-la aqui:

Nem todos os desigrejados são pessoas “que não tiveram a capacidade de compreender a realidade da congregação dos santos” como foi dito em seu artigo. Achei essa frase muito dura e, para ser franco, preconceituosa.

Você disse que o caminho é buscar outra igreja. Concordo, desde que haja uma igreja fiel ao alcance dessa pessoa, mas isso raramente acontece. É fácil para nós dizermos “busque outra igreja”, pois temos carro e dinheiro para a gasolina. Mas pense nos milhares que não tem condições de pegar ônibus duas ou três vezes na semana para membrar-se numa boa igreja, que pregue a palavra com fidelidade… Essa é a realidade da maioria em nosso país. Sei do que estou falando porque a igreja que pastoreio fica num bairro pobre do município de São Gonçalo, no qual todas as igrejas são muito parecidas, no sentido de que seus cultos são centrados no homem e não em Deus.

Quanto aos desigrejados detestarem a instituição e serem contra liturgias, hierarquias e o dizimo bíblico, a questão é: Por que detestam a instituição? E por que são contra essas práticas? Que tal dialogarmos com eles, ao invés de apenas estranhá-los? Muito do que eles dizem tem fundamento, apesar de alguns estarem indo longe demais, o que admito e lamento.

Mas a verdade, comprovada historicamente, é que essas coisas que os desigrejados combatem (igreja-instituição, liturgias, hierarquias e até o dízimo) começaram a entrar na igreja a partir do imperador Constantino, em 327 d.C. que passou a romanizá-la. Não estou dizendo que a igreja fosse perfeita antes de sua institucionalização, mas precisamos admitir que a igreja viveu muito bem por quase três séculos sem ela. Teve muitos problemas? Teve, mas não mais do que atualmente. Os problemas de hoje são piores, tendo em vista que os cristãos daquela época eram reconhecidos pelo amor ao próximo e por darem a própria vida por amor ao Senhor. Hoje, tem faltado ambas características, na maioria dos que se dizem cristãos. E tem sobrado orgulho denominacional, soberba nos pastores, disputas por cargos e lideranças, investimento em mega templos, etc.

O amado defende liturgias, hierarquias e o dízimo bíblico. Respeito e compreendo perfeitamente sua atitude, pois até três anos atrás eu também defendia tudo isso. Mas a verdade, facilmente comprovada, é que liturgias, hierarquias e até o dízimo bíblico nunca foram ensinados nas epístolas. Os crentes gentios nunca foram instruídos nesse sentido. Mas foram instruídos a ter ordem em suas reuniões (o que é diferente de liturgias) e a obedecerem a palavra de Deus ensinada por seus guias (o que é diferente de hierarquias, pois somos todos iguais abaixo de Deus). Não havia título naquele tempo, havia função (serviço ao próximo, cada qual segundo seu dom). Prova disso é a ausência dessas funções escritas na Bíblia antes do nome de qualquer ministro do evangelho. Não encontramos escrito “apóstolo Pedro”, ou “apóstolo Paulo”, ou “evangelista Filipe” ou “diácono Estêvão”, ou “pastor Timóteo”. A ideia de fazer da função um título só veio após Constantino, que deu cargo e poder político aos que exerciam estas funções. Isso é frontalmente contrário ao que o Senhor Jesus nos ensinou (Mc 10:42-44; Mt 23:8-12) Por favor, não pense que estou querendo lhe ensinar alguma coisa, sei que o irmão é professor de teologia e sabe muito bem de tudo isso. Estou apenas lembrando de fatos que nos ajudam a entender a posição dos desigrejados.

Quanto ao dízimo, já que o irmão tocou no assunto, precisamos falar francamente. Histórica e biblicamente o dízimo nunca foi exigido de um gentio convertido a Cristo. Se o dízimo fosse mandamento de Cristo, com toda certeza Paulo o ensinaria em suas epístolas. Como ele deixaria de ensinar algo tão importante assim? Ele não ensinou isso aos gentios (e nós somos gentios) pela mesma razão que não ensinou sobre a guarda do sábado, ou sobre a veneração a Maria – simplesmente porque não são práticas que os cristãos devam fazer. Por outro lado, Paulo nos ensinou a amar nosso próximo de tal maneira, que venhamos repartir com ele nossos bens e dinheiro, seja para sustentar irmãos que se dediquem à pregação e ao ensino, seja para matar a fome de irmãos em necessidade.

Sou contra o dízimo? Não. Sou a favor da verdade. Se alguém quiser dar apenas 10% de sua renda para uma igreja e acreditar que isso é o bastante, o problema é dessa pessoa. Cada um dará contas de si mesmo a Deus. Prefiro dar muito além disso e ensinar aos irmãos que pastoreio a fazer o mesmo, cada qual segundo o que tiver proposto em seu coração, como nos ensina a palavra de Deus.

Sou contra a instituição igreja? Não. Mas a verdade é que não necessitamos dela para sermos cristãos. Por isso acho injusto considerar todos os desigrejados como pessoas “que não tiveram a capacidade de compreender a realidade da congregação dos santos” como foi dito em seu artigo. E, já que isso não foi consertado, encerro por aqui meus comentários, pois me parece óbvio que temos pontos de vista diferentes. Mas respeito sua opinião, a qual procuro compreender.

Quanto ao livro “O fim de uma era” fui um dos primeiros a adquiri-lo, lá na Catedral, pois ainda nem estava nas livrarias evangélicas. E aproveito para lhe parabenizar pelas excelentes perguntas, que fizeram do livro uma leitura tão interessante que já o li por duas vezes. E recomendo a todos!

Espero não ser mal compreendido em meu comentário. Esse é um assunto por demais delicado, que não pode ser tratado em poucas linhas.

No amor de Cristo
Alan Capriles


Mauricio Zágari disse:
02/10/2011 às 0:27
Querido Pr Alan,
Não precisa agradecer pela publicação de seu comentário e por minha atenção ao respondê-lo, o dialogo é bom e saudável. E feito como fazemos, com educação, respeito e amor cristão, eu devoto a isso o tempo que for necessário. Pelo menos o senhor não me chamou de “bundão”, como o pastor-mor dos desigrejados no Brasil trata aqueles que se mantém no modelo do qual ele apostatou nem de “fariseu”, como já fui chamado pelas costas por desigrejados que não aceitam minha visão. Então dialogar com alguém com o seu nível de educação para mim é um bálsamo, mesmo que haja divergências. Sobre suas observações, vamos por partes.
 Sobre nem todos os desigrejados serem pessoas “que não tiveram a capacidade de compreender a realidade da congregação dos santos”, eu creio que a resposta que dei ao comentário da irmã Regina em outro post expõe minha visão sobre isso. Creio que é pertinente reproduzir aqui um trecho da conversa que tive com ela. Regina faz a seguinte colocação {Entre chaves}:
 {A vida na Igreja tem sido muito mais uma extensão do mundo que um lugar de refrigério e comunhão. Aquele que está cansado das difíceis relações no trabalho, em casa etc, que se sente muitas vezes assediado por um chefe, colega, ou que tem lá seus tormentos familiares, quer muito encontrar na Igreja um lugar para descansar o espírito, convivendo em alguma sanidade e santidade, buscando alimento mesmo, físico, psíquico e espiritual. Não que a pessoa queira viver na caverna retratada aqui pelo outro Maurício, mas creio que o que ela deseja, precisa, clama é pelo mundo que está fora da caverna, cheio de sol, brilho, frescor, restauro, mas dentro da Igreja. E não acha, porque na comunidade as relações de fora se repetem. Ouvi ontem uma pessoa comentando que os favoritismos, protecionismos, da estrutura que existe no seu trabalho a semana inteira, ele tem que “aturar”(e só o Espírito o fortalece!) na igreja. O que não pode pra geral, pode para os mais achegados, os amigos; citando um exemplo dado por ele, ser ouvinte numa classe de EBD não pode, mas pode para um amigo do professor etc e tal. Essas coisas são perceptíveis e para muita gente ‘pega’, desanima. Aí, como ele arrematou no papo, dá mesmo é vontade de ir refrigerar na praia, olhando a natureza e mergulhando no mar de Deus…}
 Ao que eu respondi o que reproduzo aqui abaixo na integra, entre colchetes:
 [Querida, o equivoco desse discurso é que igreja não é resort.
As pessoas que se afastam da igreja achando que ali teria de ser apenas um local de alivio e refrigério não entendem a função da igreja.
Essa é apenas uma de suas funções. Mas igreja é, muito mais do que isso, local de se doar. De emprestar os ouvidos pro que sofre. De orar pelos enfermos. De chorar pelos pecados cometidos e se arrepender. De comungar na Ceia. De aprender que o ser humano não é perfeito. De ouvir pela pregação que somos miseráveis pecadores e em vez de se conformar com isso e jogar nas costas da graça de Deus a explicação e a justificativa, ajoelhar-se clamando por misericórdia e se esforçar por mudar. E por aí vai.
A Igreja, de forma inédita na Historia, está conformada com seus pecados. Acha que ir ao santuário é como tomar uma sauna pra ter um “relax” das tensões do dia a dia. Nada mais errado. Ali somos confrontados com nossa pecaminosidade. Muitas vezes Deus conduz o pregador a nos chamar ao arrependimento e não ao alivio. Às vezes a igreja precisa de contrição e não de cafuné. E aí o que vai ali em busca do suco com brisa fresca vai sair chateado. Pois não entende o que é a igreja.
O desigrejar-se é um erro grave. É fugir dos problemas (como se nas comunidades alternativas esses não existissem – esperemos um pouco e verão que os mesmíssimos problemas vão surgir). Não é solução pra nada. Se uma igreja comete erros insuportáveis, que se busque outra. Mas debandar em vez de ficar e ajudar a resolver os males, me perdoe, é um ato de covardia. Feridos de guerra são tratados e depois de curados voltam ao campo de batalha. O problema é que muitos não querem voltar para não ter de encarar aa dificuldades do bom combate. E, por isso, tornam-se desertores. Que acham que a batalha nao vai chegar até suas “comunidades”. Tenho pena, pois é uma visão ingênua.]
 Agora, Pr Alan, vc tem razão, há outros casos. Conheço o caso de um irmão – muito piedoso, por sinal – que liderava um grupo pequeno na sua igreja local. Certo dia o pastor resolveu acabar com os grupos e esse irmão, inconformado, abandonou a igreja e foi fundar sua “desigreja” na sua casa. E aí? Uma boa motivação? Ele saiu pq foi ferido ou coisa do gênero? Tudo me indica que foi mais por vaidade humana.
 E me permita discordar, Pastor, mas o que eu digo não é preconceituoso. É fruto de conversas e convivência com desigrejados, de ouvir seus argumentos. Não há preconceitos, há conceitos bem alicerçados. Para mim, o desigrejar-se é um erro grave e um caminho que não resolve os problemas.
 Sobre só haver uma igreja numa região, há montes de soluções. Algumas incluem esforço pessoal. John Wesley passava três dias cavalgando na neve para chegar ate certas comunidades e pregar o Evangelho. Mas muitos só querem o fácil. Meu irmão de sangue se converteu e foi morar na Espanha, um pais com menos de 1% de evangélicos. Não achava igreja perto da cidade em que vive. O que fez? Solicitou a uma missão das Assembléias de Deus que enviasse missionários. Mandaram um vocacionado…da Suécia!. Hoje a igreja tem mais de 70 membros. Meu irmão seguiu o caminho trabalhoso, mas que rendeu frutos.
A outra saída seria ele desigrejar-se?
 A igreja em que me converti plantou 18 congregações, todas em favelas. E é uma Assembleia de Deus de membresia extremamente humilde. E muitos carentes são abençoados por esse esforço de plantação de igrejas. A multiplicação das boas igrejas mediante o discipulado correto e a preparação e o envio de pessoas vocacionadas é um excelente caminho. É o que foi feito nessa igreja, por exemplo. É o que deve ser feito.
 O irmão colocou: “Quanto aos desigrejados detestarem a instituição e serem contra liturgias, hierarquias e o dizimo bíblico, a questão é: Por que detestam a instituição?” ——- Eu responderia de forma sistêmica, com base em fatos: porque a instituição aplica o que a Bíblia diz sem relativizar. É firme em suas convicções bíblicas. Duas desigrejadas que conheço se divorciaram sem ser por adultério e queriam se recasar. Os pastores das suas igrejas disseram a elas o que é bíblico: que tais recasamentos não têm aprovação do Evangelho. Elas se revoltaram e saíram da igreja, acusando a instituição, o “biblicismo” e a “falta de amor”. E aí? O erro foi do Pastor? Ou da concupiscência delas? Acredite: tentei dialogar com muitos desigrejados, mas ou não querem ouvir ou repetem argumentos espúrios que ouviram de pastores desviados que pregam absurdos na internet, como que nós somos “os da religião” e eles “os da graça” e outras bobagens do gênero. Ou seja, usam o recurso do ad hominem porque seus argumentos não têm base sólida.
 Sobre “a verdade, comprovada historicamente, é que essas coisas que os desigrejados combatem (igreja-instituição, liturgias, hierarquias e até o dízimo) começaram a entrar na igreja a partir do imperador Constantino, em 327 d.C. que passou a romanizá-la”. —– aí depende do que o irmão chama de “instituição”. Pelo dicionário, é “grupo organizado”. A Igreja de Atos diante disso me soa bem institucional. Pq em sua origem, uma igreja institucional é uma igreja com organização, distribuição de tarefas, horários, sede própria etc. Nada mais é do que isso. Pois bem, a implementação dos diáconos não foi um traço institucional? A figura do bispo, como Clemente, é do século I. As reuniões na Igreja primitiva seguiam SIM liturgias, como o partir do pão, o pregar da Palavra e a leitura das cartas. Eu visitei as catacumbas de San Calixto em Roma e vi locais onde isso era feito, liturgicamente, no século II. Então perdão, Pastor, mas a institucionalização da fé, as liturgias etc são anteriores ate mesmo ao Concilio de Nicéia, em 325 d,C e a 313 d.C, quando se liberou o culto cristão.
 E não nos esqueçamos: os cultos eram feitos em lares pela única e exclusiva razão de que eram proibidos pelo Império. Era mais fácil simular uma visita social à casa de alguém e ali cultuar Deus – liturgicamente, diga-se – do que fazer isso em praça pública, o que lhes garantiria passe livre para o Coliseu. Então historicamente a institucionalização de cargos, liturgias etc é bem anterior a Constantino, que apenas tornou público e trouxe para o poder o que já era feito. Ou o irmão acha que as liturgias dos cultos que passaram a ser feitos nas primeiras basílicas e nos primeiros templos cristãos “oficiais” foram inventadas naquele momento? Simplesmente transpuseram o que já era feito nos lares para os santuários. Depois começou a poluição que nós bem sabemos, mas aí já é outra discussão.
 E lembremos que a própria Ceia como Jesus a celebrou e mandou que repetíssemos foi de forma extremamente litúrgica.
 Sobre “precisamos admitir que a igreja viveu muito bem por quase três séculos sem ela. Teve muitos problemas? Teve, mas não mais do que atualmente”. — hmmmm… não é bem assim. Pense no que motivou os autores do NT a escrever suas cartas. Havia problemas hediondos no seio da Igreja: discriminação por classes sociais, sexo entre parentes, gente que ia tomar a Ceia para jantar, dons espirituais usados descontroladamente, roubos como os de Ananias e Safira, desunião, Paulo e Pedro se repreendendo na cara, heresias aos montes (como o gnosticismo, que levou João a escrever suas epístolas), abandono no primeiro amor, seguidores de falsas doutrinas (como os crentes de Pérgamo), imoralidade sexual (como a igreja em Tiatira), obras imperfeitas diante de Deus (como os cristãos de Sardes), cristãos que praticavam atos que fazia a igreja ser chamada por Deus de “miserável, digno de compaixão, pobre, cego, e que está nu” (como a comunidade de Laodiceia)….. Será que os problemas eram menores? Ou só diferentes?
 Sobre “os problemas de hoje são piores, tendo em vista que os cristãos daquela época eram reconhecidos pelo amor ao próximo e por darem a própria vida por amor ao Senhor” —– em muitos países onde há perseguição religiosa não é exatamente o que ocorre? A liberdade que há no Brasil é exceção e não podemos tomá-la por padrão para a Igreja de Cristo espalhada pelo mundo. Entre no site da Missão Portas Abertas e veja o que ocorre pelo mundo.
 Sobre “tem sobrado orgulho denominacional, soberba nos pastores, disputas por cargos e lideranças, investimento em mega templos, etc.” —- concordo. Mas não em todas igrejas.
 Sobre ” liturgias, hierarquias e até o dízimo bíblico nunca foram ensinados nas epístolas” —— não é fato. Atos já mostra isso: separação por atribuições (veja o diaconato), o episcopado ( 1 Timóteo 3:2 – É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar) e (Tito 1:7 – Porque é indispensável que o bispo seja irrepreensível como despenseiro de Deus, não arrogante, não irascível, não dado ao vinho, nem violento, nem cobiçoso de torpe ganância;). E me perdoe, mas dizer que isso eram apenas “funções” e não ” cargos” é mera semântica: “cargo” pelo dicionário significa “Incumbência, responsabilidade”. Não era exatamente isso o que os diáconos tinham, a incumbência e a responsabilidade de servir os irmãos? E os bispos, também não? Novamente no dicionário vemos que “função” significa “exercício de atribuições”. Para mim, isso é exatamente a mesma coisa. Então separar cargo de função, Pastor, é semântica sem distinção. Sim, havia cargos na Igreja primitiva.
 Quanto ao dizimo, são palavras do próprio Jesus: Mateus 23:23 – “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas!”. Sem omitir aquelas significa o quê, amado? E o argumento de que o dizimo não era em dinheiro, antes que seja levantado, não procede. A Lei previa que os que vinham de longe poderiam trazer em dinheiro ao templos seus dízimos. Repare que Deuteronômio 14:22,24,25 deixa muito claro que se Jerusalém fosse longe da vila onde morava o dizimista, o transporte de suas colheitas poderia ser um problema. Assim, Deus permitiu que essas pessoas entregassem o dízimo em dinheiro. Transcrevo aqui: “Certamente darás os dízimos de todo o fruto da tua semente, que cada ano se recolher do campo. E quando o caminho te for tão comprido que os não possas levar, por estar longe de ti o lugar que escolher o Senhor teu Deus para ali pôr o seu nome, quando o Senhor teu Deus te tiver abençoado; então vende-os, e ata o dinheiro na tua mão, e vai ao lugar que escolher o Senhor teu Deus”.
 Sobre hierarquias serem inválidas “pois somos todos iguais abaixo de Deus” —— cargos e tarefas não desqualificam pessoas. Ou a Biblia não diz que foi o próprio Deus quem instituiu toda autoridade que há debaixo do Céu? E autoridade não fala de hierarquia? Tt 3.1a – “Lembre a todos que se sujeitem aos governantes e às autoridades, sejam obedientes”. Ou Hb 13.17 – “Obedeçam aos seus líderes e submetam-se à autoridade deles. Eles cuidam de vocês como quem deve prestar contas. Obedeçam-lhes, para que o trabalho deles seja uma alegria e não um peso, pois isso não seria proveitoso para vocês”. Ou ainda: 1 Pe 2.13a – “Por causa do Senhor, sujeitem-se a toda autoridade constituída entre os homens”. Se há autoridades, Pastor, há hierarquia. Voltemos ao dicionário: Hierarquia = “Subordinação de certos poderes uns aos outros; classificação ou ordenação segundo determinados critérios; organização segundo vários graus de poder e subordinação; e… grau de autoridade”. Para mim isso é claríssimo. Deus instituiu autoridade entre os homens, logo, há hierarquias. O que não é nada demoníaco, como tentam pintar, é algo estabelecido por Deus, para o bem da Igreja. Afinal, em Apocalipse a quem são enviadas as cartas das 7 igrejas?
 Sabe o que o dicionário aponta como o contrário de hierarquia? “Anarquia; desorganização”. É isso o que queremos para o Corpo? Abolindo as hierarquias nas “comunidades” dos desigrejados (o que é uma utopia, sempre há alguém que coordena, organiza ou algo assim [que é a autoridade], a quem eles dão o título semanticamente elegante de “irmão mais experiente na fé”) será que a anarquia não é o próximo passo?
 Sobre “Por favor, não pense que estou querendo lhe ensinar alguma coisa, sei que o irmão é professor de teologia e sabe muito bem de tudo isso.” —– fique tranquilo. O dialogo é importante e qdo feito com respeito e amor, como estamos fazendo, só traz edificação. Não me incomodo. E não leciono mais Teologia, logo, o título (ou cargo, ou função ou o nome que se queira dar ) de “professor de teologia” não me cabe mais, a bem da verdade.
 Sobre o dízimo já expus meus argumentos.
 Sobre a necessidade da instituição, eu a julgo fundamental, sem a qual nos espera o caos, a anarquia, a desorganização, a perda das amarras que nos prendem ao porto seguro da sã doutrina.
 E, pelo que escrevi acima e todos os posts que já escrevi no blog sobre a questão dos desigrejados, reafirmo minha convicção de que os desigrejados como pessoas “que não tiveram a capacidade de compreender a realidade da congregação dos santos”. Mantenho minha postura, claramente explicitada na resposta a Regina, acima. Entendo que o caminho que estão seguindo é equivocado e não trará nenhum benefício.
 Também respeito sua opinião, pois a opiniões todos temos direitos. Mas nunca desvio o olhar da Bíblia e da Historia. Elas valem bem mais do que minha opinião pessoal.
 Sobre “Quanto ao livro “O fim de uma era” fui um dos primeiros a adquiri-lo, lá na Catedral, pois ainda nem estava nas livrarias evangélicas. E aproveito para lhe parabenizar pelas excelentes perguntas, que fizeram do livro uma leitura tão interessante que já o li por duas vezes. E recomendo a todos!” ——– agradeço em meu nome e sei que Bp Walter ficará feliz.
 Sobre “Espero não ser mal compreendido em meu comentário. Esse é um assunto por demais delicado, que não pode ser tratado em poucas linhas.”. —– de forma alguma. Pastor, entendo sua preocupação com as almas, que é a mesma que a minha. Temos visões diferentes, mas tratamos um ao outro com afeto e respeito, seguindo o exemplo de Cristo. Isso é o mais importante.
 Já lidei com desigrejados muito ofensivos. Seguem o exemplo do “papa” deles, que chama pastores sérios de “bundões”, algo incompreensível biblicamente. Um desigrejado que me seguia no twitter tem tanto ódio de eu discordar dele que me deu unfollow e em todas as pessoas que me seguiam, para não ter que ver RTs de tuites meus. Foi isso o que Jesus ensinou? Qdo publiquei o post “O pecado supremo na Igreja evangélica: pensar” levei dois unfollows de desigrejadas e uma terceira, que nem me seguia, veio discutir comigo e me chamou de “fariseu” pelas costas. Esse é o espírito que vem seguindo os desigrejados, querido: revolta sem diálogos. Só ataques, ataques e ataques. Muitos bem ofensivos e agressivos, o que para mim é um sintoma de algo bastante grave em se tratando de fé cristã.
 Conheço desigrejados que me respeitam e me tratam com carinho, apesar das divergências de ideias. Mas em minha experiência pessoal, são minoria.
 Na paz e no amor de Cristo, que nos une,
MZágari


Alan Capriles disse:
03/10/2011 às 17:28

Querido irmão
Eu estava preparando uma longa resposta para seu comentário ao meu segundo comentário. Na verdade, já estava quase concluindo minha tréplica. Mas, de repente, tive uma súbita percepção de que isso não importa – nem a minha, nem a sua opinião.

Amamos ao Senhor? Sim, amamos. Tanto você, quanto eu. Por que gastar nosso tempo discutindo opiniões? Que nos esforcemos em vivenciar esse amor que temos por Jesus, no amor ao nosso semelhante. O resto não importa, simplesmente não importa. 

Sei que muitos leitores poderão interpretar isso como uma desculpa, mas Deus sabe que não é o caso. Nosso debate não nos levará a lugar algum. Nunca vi alguém reconhecer seu erro publicamente num debate e duvido que isso aconteça algum dia.

O que importa é a fé que atua pelo amor, o que importa é sermos uma nova criatura em Cristo Jesus. É isso que realmente importa.
(Mt 25:31-46; Gl 5:6; 6:15; Tt 3:14; 1Jo 4:20-21)

Nos laços fraternos desse amor,
Alan Capriles

Comentários

Diego Lopes disse…
Pr Alan,
Fiquei curioso pra ler a sua última tréplica...rsrs
Sábia sua colocação no final da "conversa"...
Mas sabe de uma coisa? Agradeço a Deus por existirem no mundo homens como você, meu caro irmão... Faz com que não me sinta sozinho nessa luta!
Com sua permissão, divulgarei esse post lá no blog Paixao e Compaixao, ok?
Wendel Bernardes disse…
Amigo Alan,
Enquanto lia sua finalização ao irmão Maurício, fiquei muito feliz em notar algo que norteando meus pensamentos faz alguns tempos.

"Amamos ao Senhor? Sim, amamos. Tanto você, quanto eu. Por que gastar nosso tempo discutindo opiniões? Que nos esforcemos em vivenciar esse amor que temos por Jesus, no amor ao nosso semelhante. O resto não importa, simplesmente não importa."

Não quero aqui propor que as conversações à respeito desse ou de outros temas importantes à cristandade são banais, muito pelo contrário... Mas acredito que manter o vínculo da fé, seja como desigrejado, ou num templo convencional é mais importante do que nossas percepções de certo e errado, segundo nossas hipóteses e formas de enxergar as escrituras.

Seu post é importante pois não deixa morrer o tema principal dessa conversa, que ao meu ver não é nem ser 'desigrejado' (têrmo que também não gosto) ou estar menbro de uma 'Igreja Regular', mas a comunhão de ideias, onde o vínculo de Cristo se mantém vivo...

Nele então, mantenho tanto a fé de que a Igreja será Igreja onde estiver, e que os fiéis estarão nela, onde quer que eles estejam, seja numa sala de estar, ou numa grande catedral...

Fica na Paz, querido!
Rô Moreira disse…
Bom Alan, gostei muito do seu comentáio sobre muitos se tornaram desigraejados por causa da igreja circo, mas temos que fazer uma separação aí, no sentido de que há desigrejados e "desigrejados". Pois há desigrejados que sairam e vivem o evangelho de verdade, não se desviaram, como Mario Persona ele não congrega, mas veja as sua pregações, todas bíblicas não há heresia em sua pregações. E há aqueles que só querem tumultuar e saem por ái falando mal das intituições parece um mantra , tem gente que só vive pra isso na Blogosfera para falar mal da igreja instituição e falar mal de quem congrega, creio que estes não vivem o veraddeiro evangelho, pois vivem pregando e fazendo a cabeça dos incautos e levam muitos com eles. Muitos não congregam mais, outros nem se dizem mais cristãos, criticaram tanto este farisaísmo hipócrita que não se misturam com pecadores e acabam agindo igual, se separaram do corpo por julgá-los gente "ruim". Se esqueceram que sempre vão existir 7.000 joelhos que não se dobram e que Paulo, sob influência do Espírito Santo, disse pra não deixar de congregar.
Estes são aqueles que se revoltam contra modelos de igrejas abusadoras, legalistas, cheias de normas humanas e onde as pessoas se reúnem em geral para assistir a cultos e não para viver uma vida diária de fé. Na cabeça desses irmãos, o famigerado templo se tornou o símbolo de um modelo falido, anticristão, injusto e meramente formalista. Seriam paredes vazias, sem espiritualidade.
Naturalmente, esses irmãos acabam, mais dia, menos dia, abandonando suas igrejas. "Afinal, o templo do Espírito somos nós", argumentam, "e não precisamos de templos de pedras". "Nós somos a Igreja e não precisamos de igrejas", assim eles "bradam". Assim, mediante o desprezo que nutrem pelos templos feitos pelas mãos de homens e por todo o significado que trazem consigo a respeito das instituições que abrigam, alguns desses cristãos se tornam "desviados". Outros ficam em casa e acham que podem viver um cristianismo fora da coletividade (o que não é bíblico). E há ainda aqueles que buscam comunidades alternativas (que são tão institucionalizadas como qualquer igreja, outros dizem" tornei-me cristão quando saí da igreja“. Esses preferem se reunir em casas, jardins, quintais, salas de estar ou coisa parecida. Há nessa expressão uma certa ilusão de que assim estão vivenciando o cristianismo como se fazia na Igreja primitiva estão livres do circo.
Desse modo, o templo tornou-se personificação do mal, do cristianismo de fachada, falido, desumano. O templo passou a ser associado a estruturas onde o indivíduo é apenas um número e não uma alma, onde o pastor é um senhor feudal no comando de um grupo de campesinos que lhe seguem por medo de desobedecer o 'ungido intocável do Senhor"Portanto estes vivem pela blogosfera clamando constantemente: vade retro, templo. Com estes eu nem perco meu tempo. Pois só sabem tumultuar e não ajudam em nada. Portanto Alan do mesmo modo que existem (desigrejados e desigrejados), assim existe os lobos salteadores como existem aqueles que não se dobraram ainda, acredito que em outros milhares de templos cristãos espalhados pelo mundo, há milhares de pessoas que se reunem para buscar palavras de esperança, de renovação, de justificação, palavras de vida eterna. E exercem plenamente a sua espiritualidade. Eu creio que existam pessoas ainda compromissada com o evangelho verdadeiro como você Alan e o maninho Claudio que mesmo fora do templo é um exemplo para mim de quem vive o evangelho. Paz querido!
Não se pode julgar todos os “desigrejados” pelos que fundaram uma “coisa” parecida com uma igreja, vivendo uma “graça” parecida com a Graça do nosso Senhor Jesus Cristo. Muito menos chamar os membros de Comunidades de “desigrejados”.

Eu me alinho à posição do pr. Alan. Passei um bom (ou um mal) período “desigrejado” justamente por mudanças na igreja que congregava; era Pentecostal e ficou “ecumênica”. O crente nascido de novo pode virar um “desigrejado” de uma ora para outra. Mas, certamente irá encontrar, com a ajuda de pastores na linha do pr. Alan, um lugar fora da apostasia reinante em todas as grandes denominações no Brasil.
Graça e paz Pr.Alan,confesso que fiquei feliz e até um pouco envaidecida de vê-lo defendendo os "desigrejados",já que me incluo neste termo,também fiquei triste em perceber que o irmão Zagari definitivamente não entendeu o fenômeno que está acontecendo no Brasil,foi preconceituoso e ofensivo,pois como o senhor mesmo sabe e acompanhou a história de minha família e sabe muito bem o quanto relutamos em sair do sistema denominacional,não saímos por covardia como foi dito,pois esta nunca foi uma tônica em nossas vidas,covardia é a última palavra em nosso dicionário,é verdade que muitos que saem das "igrejas",ou seja,templos,porque a igreja somos nós,e desta forma ,como eu poderia sair de mim mesma?Muitos destes que saem de fato ,saem por motivos nada nobres,como ciúmes,contendas e etc...mas não podemos colocar todas as pessoas dentro do mesmo saco,muito obrigada Pr.Alan,por nos entender e nos ajudar em amor,até que Cristo nos dê a direção que devemos seguir,se hoje ELE(Cristo) me mandasse voltar,eu voltaria sem contestar.De sua irmã e ovelha virtual.

Rosimary Vasconcelos
(a desigrejada)
Graça e paz Pr.Alan,confesso que fiquei feliz e até um pouco envaidecida de vê-lo defendendo os "desigrejados",já que me incluo neste termo,também fiquei triste em perceber que o irmão Zagari definitivamente não entendeu o fenômeno que está acontecendo no Brasil,foi preconceituoso e ofensivo,pois como o senhor mesmo sabe e acompanhou a história de minha família e sabe muito bem o quanto relutamos em sair do sistema denominacional,não saímos por covardia como foi dito,pois esta nunca foi uma tônica em nossas vidas,covardia é a última palavra em nosso dicionário,é verdade que muitos que saem das "igrejas",ou seja,templos,porque a igreja somos nós,e desta forma ,como eu poderia sair de mim mesma?Muitos destes que saem de fato ,saem por motivos nada nobres,como ciúmes,contendas e etc...mas não podemos colocar todas as pessoas dentro do mesmo saco,muito obrigada Pr.Alan,por nos entender e nos ajudar em amor,até que Cristo nos dê a direção que devemos seguir,se hoje ELE(Cristo) me mandasse voltar,eu voltaria sem contestar.De sua irmã e ovelha virtual.

Rosimary Vasconcelos
(a desigrejada)
JamesCondera disse…
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A graça, a paz, e o amor vos sejam multiplicados.


Irmão Alan Capriles,

Muita coisa já foi por aqui comentada; entretanto, sempre há espaço para outras serem adicionadas, e sem dúvida que, há um enorme equívoco por parte daqueles que frequentam lugares com nome de “igreja”, os igrejados...

... reforçando sobremaneira o que afirmou a RÔ, há desigrejados e "desigrejados", e digo ainda, também, pela mesma maneira que há igrejados e “igrejados”.

Porquanto, meu comentário se firma nos desigrejados que foram atingidos pelo evangelho na liberdade de Cristo, aprendendo a SER Igreja, tendo as Sagradas Escrituras forma de regra e pratica da fé, sabendo distinguir entre a Antiga e Nova Alianças: a Antiga de Deus para com Israel, e, a Nova consumada por Cristo na cruz do Calvário....

... pois que, os igrejados misturam as Alianças, e fazem de suas instituições de casas religiosas, enclausuram-se e recriminando todos os que nelas não participam; a aparência de “santos” é o que mais se define aos frequentadores, pois, foram alienados ao ensino denominacional de que somente dentro dos templos há comunhão...

... não sou contra as reuniões de “templos chamados de igrejas”, mas, a Bíblia não afirma que devemos somente estar neles, a Bíblia não afirma que somente haverá comunhão se e somente se estiver neles...

Outro ensino que combate aos desigrejados está no termo “congregação”, que na Bíblia não se refere a uma denominação ou instituição religiosa com nome de igreja ou igreja evangélica, porém, congregamos em qualquer lugar, pois, a Igreja de Cristo são todos os que em todo o lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor nosso.

A verdade em torno dos igrejados está em que eles crêem na instituição e não na liberdade que Cristo nos comprou na cruz.

Ou seja, para os igrejados, a “igreja” é o lugar em que eles se reúnem...
Para os desigrejados, a Bíblia afirma que somos o templo do Espírito Santo e que SOMOS a “Igreja”, portanto, não precisamos ser convidados a reunir NA ou IR a “igreja”.

Incontestável afirmar que, os desigrejados entenderam pelo evangelho em SER IGREJA, e os igrejados aprenderam por homens a IR NA IGREJA.

O Senhor Deus vos abençoe e aos seus ricamente.


Vivendo Por, Em e Para Cristo; nos interesses da Igreja que Cristo edificou.


James, crente desigrejado de instituições religiosas com nome de igreja.
Site Jesus, o maior Amor
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"Porque em Cristo Jesus nem a circuncisão (dentro da instituição), nem a incircuncisão (fora da instituição) tem virtude alguma, mas sim o ser uma nova criatura." Gálatas 6.15
JamesCondera disse…
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Um momento Renan da Costa, porque este versículo de Gálatas em momento nenhum se refere as instituições religiosas, e muito menos em participar destas ou não...

Gálatas 6, é bem explícito sobre as obras da Lei dada a Moisés, tanto o é que o versículo anterior diz:

"Todos os que querem mostrar boa aparência na carne, esses vos obrigam a circuncidar-vos, somente para não serem perseguidos por causa da cruz de Cristo" [v.12].

Tenha cuidado como manejas a Palavra de Deus, pois, se acrescentar ou diminuir algo é perigoso, é repreendido pelo Deus Criador.


Vivendo Por, Em e Para Cristo; nos interesses da Igreja que Cristo edificou.


James, crente desigrejado de instituições religiosas com nome de igreja.
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René disse…
Meu querido amigo Alan,

É por essas e outras que afirmo que você é pastor na verdadeira acepção da palavra, ou seja, o é pela manifestação do dom de Cristo em você!

Você foi usado pelo Espírito de Cristo para dizer as coisas que disse, coisas que serão de grande importância para muitas pessoas que as lerem, de forma que o Espírito Santo faça Sua obra de ensino nelas. E este é o grande diferencial que vejo em você: você ouve o que o Espírito diz à Igreja e permite que Ele o use como Seu instrumento! Prova disto é o que você disse quase no final: "de repente, tive uma súbita percepção...". Você estava em Provérbios e pulou para Isaías! Explico: "Os passos do homem são dirigidos pelo Senhor. Como poderia alguém discernir o seu próprio caminho?" (Pv 20.24) e "Quer você se volte para a direita quer para a esquerda, uma voz atrás de você lhe dirá: 'Este é o caminho; siga-o'" (Is 30.21). Ou seja, você comentou a postagem e replicou comentários, mesmo ciente de que uma discussão não levaria a mudança alguma, de ambas as partes (foi dirigido pelo Senhor), e encerrou o debate corretamente em outro momento (seguiu o caminho soprado pelo Espírito).

Abração e Paz, meu amigão!
Rô Moreira disse…
Este comentário foi removido pelo autor.
Alan Capriles disse…
Abração, meu amigo René! Penso o mesmo a seu respeito, sem demagogia. Você tem sido uma bênção nas mãos de Deus.

E um forte abraço também a todos os demais irmãos que estão colaborando com essa edificante conversa.

Quanto ao comentário do nosso querido Renan, sua intenção não foi acrescentar algo à Palavra, mas valer-se desse versículo para mostrar que assim como a questão não é ser ou não ser circuncidado, mas o ser uma nova criatura, da mesma forma a questão não é congregar ou não congregar numa instituição, mas ter nascido de novo. Lembram de Nicodemos? É interessante notar que o Senhor não combatia o movimento fariseu, mas o fermento da hipocrisia que nele havia.

Da mesma forma, a raiz do problema não está nas instituições em si, mas na hipocrisia dos que a criaram e mantém. Uma pessoa pode estar salva tanto fora, quanto dentro de uma instituição, desde que ela esteja ligada à videira verdadeira, que é o Senhor Jesus. Caso esteja, isso ficará evidente por causa de seus frutos (boas obras), que glorificarão ao Senhor. É preciso lembrar que boas obras não salvam, mas é a evidência da salvação. Ainda pretendo escrever um longo artigo sobre isso, provando-o biblicamente.

Comparem os versículos abaixo e nos lembremos do que é ser nova criatura em Cristo Jesus:

"Porque, em Cristo Jesus, nem a circuncisão, nem a incircuncisão têm valor algum, mas a fé que atua pelo amor." (Gálatas 5:6)

"Pois nem a circuncisão é coisa alguma, nem a incircuncisão, mas o ser nova criatura." (Gálatas 6:15)
Laudinei- NEI disse…
Allan... Voce disse tudo!
A mim só cabe dar graças a Deus pela sua visão do que é a Igreja.
COntinue batalhando pela fé (verdadeira)....

Nei (exemplobereano)
Anônimo disse…
O importante é ser nova criatura, o que roubava, naõa roube mais, o que furtava , não furte mais,o que matava , não mate mais, o que adulterava, não adultere mais, o que mentia , não minta mais, o que cobiçava , não cobice mais, o que invejava , não inveje mais,.... e tambem serve hoje para alguns lideres de igrejas: o que só pede dinheiro, não pessa mais, o apascentava a si mesmo, não se apascente mais,o que ajunta para si mesmo, não ajunte mais, o que é só crente dentro das igrejas, que sejam crentes também dentro de casa, o que tem amor ao dinheiro, não tenha mais,o que mais Deus quer de seus filhos, é a obediencia, é estudar sua palavra, é ser chegado a Ele.
Anônimo disse…
Vou dizer uma coisa que está acontecendo hoje em nosso meio:
Hoje , quem está tirando o povo de dentro das igrejas "igreja fisica, esta feita pela maao do homem", são os proprios pastores(os líderes} Quem realmente lê a palavra de Deus e aprende, sabe que muitos pastores realmente estão apascentando a si mesmos.
Anônimo disse…
Quanto ao sr james, é um dos exemplos de desigrejado 'mal intencionado" Sabemos que , por ex no CPN ele e seus comparsas agridem todos os pastores e irmaos. dezenas deles estão feridos, na oTPB (Ordem pastores e teologos) o memso se adentra com a mesma postura. Publica nomes, imagens desfazendo todos os lideres. A respeito do artigo, é de dizer o que esse senhor nunca diz: ele não tem a minima formação eclesiastica. Foi expulso de uma igreja depois de 7 anos de tesoureiro. perguntem a ele por que demorou 7 anos para decidir sair da igreja? Afinal era ele quem geria o dinheiro.
No CPb é uma pessoa que feriu muitos, odeia evangelicos e vem para aqui se fazxer de cordeirinho
è do tipo de desigrejado que não devemos seguir.
Alan Capriles disse…
Prezados anônimos
e debatedores contenciosos

Não conheço ninguém que seja mais favorável à liberdade de expressão do que eu mesmo. No entanto, o espaço destinado em meu blog não é destinado a ataques e propagandas de sites particulares. Por este motivo, estou desabilitando os comentários a partir desse exato momento.

Não excluirei qualquer comentário que já tenha sido postado, mas também não permitirei mais comentários públicos como se aqui fosse um fórum aberto para debates. A própria Palavra nos orienta a evitarmos discussões insensatas, contendas, debates e nos dedicarmos à prática do amor (Tito 3:8-9).

Lamento atingir, com minha decisão, a possibilidade de amigos queridos deixarem de comentar nesse blog. No entanto, para eles meu e-mail está sempre disponível para conversarmos, o que para mim sempre foi um prazer.

No amor de Cristo,

Alan Capriles.
Anônimo disse…
Pr Alan caprilles onde o senhor se reúne em s Gonçalo?